terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A festa do fim do mundo

Aniversário de São Paulo, feriado prolongado e um tédio acumulado por um final de semana inteiro com chuvas ininterruptas, foram ingredintes suficiente para que eu resolvesse fazer um programa, de índio.
Coloquei meu par de patins na mochila e fui ao parque do Ibirapuera tentar passar algum tempo do dia longe da televisão. Se a idéia não foi boa por conta da tempestade que durou todo o tempo, pelo menos serviu para que eu voltasse com a cabeça fervilhando de coisas no mínimo intrigantes, e louca para escrever.
Com o excesso de água, a marquise ficou abarrotada de pessoas dos mais variados tipos. Famílias fazendo aquela "farofada" com salgadinho fofura e dolly, grupos de ciclistas exibicionistas, crianças que passavam com as rodinhas das bicicletas encima dos nossos pés e um evento oportuno sobre sustentabilidade, fizeram minha idéia de patinar ir por água abaixo.
Entre a cachorrada correndo de um lado para o outro e o lamaçal causado pela chuva, uma cena me chamou a atenção: um grupo grande de jovens e adolescentes bem estranhos.
Eram meninos e meninas com os cabelos pretos e engomados, franjas coladas na testa e piercings que se espalhavam por todo o rosto. Esses estranhos seres popularmente conhecidos como EMOS estavam em quantidade assustadora, sentados em roda cantando músicas que nenhuma pessoa normal conhece. Não preciso nem dizer que nenhuma das quatro canções que minha paciência permitiu vê-los cantar era nacional.
Esses bizarros jovens que mais parecem zumbís cantavam juntos aos berros em perfeita sincronia, enquanto tocavam violão e batucavam em um instrumento não identificável. Bebidas e mais bebidas rolavam entre abraços efusivos que um dava no outro o tempo todo.
Tenho amigos de todas as tribos, muitas pessoas já me disseram que tenho um estilo diferente e acho que ser diferente é legal demais. Respeito todos os grupos e opções de vida, mas não consigo entender a teoria dessa galera que ouve música ruim, não abre mão do modelito preto e não se relacionam com ninguém que não tenha o cabelo ensebado. Eles não convivem com outras pessoas.
Ouvi uma colocação muito pertinente de que aquilo parecia festa de fim de mundo.
Ao invés dos patins, deveria ter levado minha máquina fotográfica.

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